Campo Pequeno, 18 de Junho de 2015 Na passada quinta-feira, 18 de Junho de 2015, realizou-se na arena Lisboeta uma corrida de toiros que vai ficar para a história.´
Cartel de máximas figuras, onde figuravam como intervenientes, Diego Ventura, Julian Lopes “El Juli” e os Forcados Amadores de Montemor-o-Novo, para fazerem frente a toiros de diversas ganadarias, sendo os toiros lidados a pé do ferro de Garcigrande e os lidados a cavalo das divisas de Passanha, Maria Guiomar Moura e Vinhas respectivamente.
Face a tamanho cartel, a corrida estava carregada de ilusão, e aqueles que encheram o tauródromo da capital não deram por mal entregue o seu tempo e dinheiro, pois assistiram a um espectáculo memorável, que perdurará por muitos e bons anos nas nossas memórias pelas melhores razões.
Falando genericamente da corrida, poderei dizer que na parte a cavalo vimos um Diego Ventura cheio de entrega e com pormenores arrebatadores e um “El Juli” que meteu no bolso o público lisboeta, com três actuações plenas de técnica, entrega e profissionalismo que lhe valeram a saída pela porta grande do Campo Pequeno.
Indo ao que interessa, e falado no nosso Grupo, podemos dizer que teve uma actuação consistente e ao nível da exigência do espectáculo. Deu vantagens aos toiros, efectuando 4 pegas para todos os gostos, umas plenas de técnica, outras, cheia de raça, enfim, foi também triunfador numa noite de sonho.
Para abrir praça, foi escolhido o Francisco Borges que vinha cheio de ganas, pois não tinha conseguido consumar a última pega que tentou efectuar no Campo Pequeno, tendo sido obrigado a recolher à enfermaria depois de ter ficado inanimado na arena. Depois de ter efectuado uma enorme pega em Évora, o Francisco mostrou mais uma vez que é um forcado de confiança, com uma mentalidade, uma segurança e uma preparação física fora do normal, pegando o Passanha com uma aparente facilidade, só ao alcance de quem faz as coisas com tanta perfeição.
Olé Francisco!!!
Para o segundo toiro da corrida, saltou a trincheira o João Braga, que enfrentou um ingrato Maria Guiomar que vinha a menos no momento da reunião e que o obrigou a fazer três tentativas para consumar a pega.
Muitas vezes estes toiros não transmitem a dificuldade que têm para o público, uma vez que o forcado acaba por sair da cara por baixo, mas quem já lá andou sabe das condicionantes deste tipo de investida, e dos dissabores que podem provocar. Não era de certeza a pega que o João imaginava fazer no Campo Pequeno, numa noite tão especial, mas andou sempre toureiro e com dignidade dentro da praça.
Para pegar o terceiro toiro, foi escolhido uma nova promessa, cada vez mais uma certeza, Francisco Bissaia Barreto de seu nome.
Uma oportunidade merecida face às provas que tem dado, à sua entrega e maneira especial de viver o grupo. O Ico não acusou a responsabilidade de pegar pela primeira vez na primeira praça do país perante ambiente de intimidar qualquer um, tendo pegado o toiro Vinhas à grupo de Montemor, dando vantagens, mandando no toiro e fechando-se com muita decisão, efectuando uma pega vibrante que chegou com força aos tendidos.
Para finalizar a noite, estava reservada uma surpresa, pois o cavaleiro Diego Ventura decidiu “regalar” o sobrero ao público presente.
Para a pega deste exemplar de Passanha, saltou o Manuel Ramalho, forcado muito querido por todos e que sempre deu tudo pelo Grupo. O Manel fez uma pega com a marca da casa, pega cheia de emoção, expectativa, indefinição e muita garra, que por momentos parou o coração de todos aqueles que estavam a assistir e que terminou com uma estrondosa ovação como resultado final.
Uma palavra especial para os ajudas que que actuaram com técnica e valor, com especial destaque para o João Pedro Pereira que foi chamado a acompanhar o Manel Ramalho na volta a arena, resultado de uma espectacular primeira ajuda que valeu meia pega.
A noite não terminava por aqui, sendo a corrida seguida de um belíssimo jantar que durou até às 7 da manhã, onde não faltou a presença do Maestro “ El Juli”, discursos emocionados ,com evidência para a antiga glória Pedro Caixinha, que nos brindou com a sua capacidade oratória na arte da motivação.
Resta-me agradecer a todos o grande carinho com que sempre me recebem, em especial ao António por me ter convidado para assistir na trincheira às incidências duma corrida tão marcante.
Um grande abraço a todos, daquele que sempre vos pertencerá:
Pelo Grupo de Montemor Venha Vinho!!!
Manuel Mata